12.4.09

12 de abril de 1989 — Descobertos corpos do czar Nicolau II e de sua família


Jornal do Brasil: Nicolau II

Os corpos do último czar da Rússia, Nicloau II e de sua família foram encontrados pelo escritor e ex-policial Geli Ribanov enterrados em um fosso na cidade de Sverdlovsk. Ao contrário do que ensinava a história oficial, os corpos não foram destruídos por ácido. 

A descoberta foi feita em 1979 e revelada 10 anos depois porque, segundo Geli, naquela época o governo soviético não autorizaria a autópsia. "Mesmo para mim não foi difícil identificá-los", disse Geli. O número de cadáveres, as características dos ferimentos, os dentes postiços, que tão frequentemente foram descritos em publicações estrangeiras, e os fragmentos de potes de cerâmica contendo ácido perto dos corpos coincidiam com as informações sobre a execução.
Nicolau II governou a Rússia em um período caótico. 

O czar, que até então só estava acostumado a frequentar festas da realeza, enfrentou a desastrosa campanha contra o Japão (1904-1905) e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A alta dos preços e a escassez dos alimentos provocaram grandes distúrbios sociais. Em 1917 o czar foi obrigado a renunciar ao trono que sua família ocupava há 300 anos, deixando-o nas mãos dos revolucionários. 

Nicolau Romanov foi preso e levado para a cidade Ekaterimburg, a 1.500 quilômetros de Moscou, onde ficou detido com a família, durante 16 meses. Os bolcheviques pressionaram o governo de Moscou para que este revelasse o esconderijo dos Romanov, o que levou Lenin a ordenar a execução dos prisioneiros em 17 de julho de 1918. Nicolau II, sua mulher e seus cinco filhos, além de quatro empregados e do cachorro de estimação das crianças, foram fuzilados no porão da casa em que estavam confinados por um grupo de camponeses e ex-presidiários da Cheka, polícia política. 

Ordens foram desobedecidas
Temendo a reação da população ao assassinato e que o local da execução se tornasse um lugar de peregrinação, Lenin deu ordens para que fossem apagados todos os vestígios da chacina. Segundo a história oficial, os corpos foram transportados para uma mina e destruídos com ácido. Entretanto, os executores decidiram desobedecer a ordem e retornaram. Só que no meio do caminho o caminhão atolou em um pântano e os corpos foram enterrados lá. Após terem sido identificados, os despojos dos Romanov foram enterrados na fortaleza de São Pedro e São Paulo em 1998. O então presidente russo, Boris Yeltsin, assistiu ao enterro.

As histórias sobre Anastásia
Durante décadas persistiu a suspeita de que a grã-duquesa Anastásia e seu irmão Alexei, ambos filhos do czar, teriam sobrevivido ao fuzilamento. Segundo os executores, as grã-duquesas tiveram de ser mortas com golpes de baionetas porque os espartilhos e as jóias que elas usavam funcionaram como uma armadura, que as protegeram das balas. Esse fato contribuiu para aumentar os rumores de que membros da família real teriam escapado da morte.
Várias mulheres disseram ser Anastásia, as que ficaram mais famosas foram Anna Anderson e Eugenia Smith. Nenhuma delas conseguiu provar que era descendente dos Romanov. Recentemente um arqueólogo anunciou a descoberta de dois esqueletos perto de Ekaterimburgo. Exames de DNA comprovaram que as ossadas eram de Anastásia e Alexei. 

Fonte:JBlog