27.8.09

Independência de Guiné-Bissau

26 de agosto de 1974 - Portugal reconhece a independência de Guiné-Bissau



Após quatro meses de negociações, o ministro das Relações Exteriores, Mário Soares, e o da Coordeação Interterritorial, Almeida Santos, representando o governo português, e o vice-ministro da Defesa e membro do Comitê Executivo da Guiné, Comandante Pedro Pires, representando o Partido Africano para a Independência da Guiné e Ilhas de Cabo Verde (PAIGC), assinaram o acordo pelo qual Lisboa reconheceu Guiné-Bissau como um estado independente, e ordenou o cessar-fogo imediato no conflito armado entre os dois países, que já durava 12 anos. A cerimônia de assinatura do documento foi realizada no Palácio do Povo, em Argel, e contou com a presença do presidente da Argélia, Hourari Bousemedienne.



Na ocasião, o chanceler Mário Soares afirmou que o reconhecimento da independência de Guiné-Bissau pelo presidente Antônio de Spínola seria realizado no dia 10 de setembro, data em que os dois países estabeleceriam relações diplomáticas plenas, tendo por base "a independência, igualdade, respeito mútuo, reciprocidade de interesses, e relações harmoniosas entre os cidadãos de ambos os países".

O acordo entre os dois países afirmava que o término do domínio português sobre as Ilhas de Cabo Verde constituia "um elemento necessário para a paz duradoura e a sincera cooperação" entre as duas nações, e obedecia às resoluções das Nações Unidas e ao desejo expresso pela Organização de Unidade Africana. O documento expressava ainda que Lisboa e Bissau manteriam uma relação de ativa de cooperação nos campos econômico, cultural, financeiro e técnico.

Dependência externa e conflitos internos


Guiné-Bissau é um país localizado na costa ocidental do continente africano, fazendo fronteira com o Senegal ao norte e com a Guiné-Conacri ao leste e ao sudeste. O país integra igualmente cerca de oitenta ilhas que constituem o arquipélago dos Bijagós. O território da Guiné-Bissau foi um dos primeiros a ser explorado pelos portugueses, quando, em 1446, o navegador Álvaro Fernandes chegou à Guiné e reclamou a posse do território para Portugal. Em 1630 foi criada a Capitania-Geral da Guiné Portuguesa e, em 1697, foi fundada a vila de Bissau. Em 1956, Amílcar Cabral funda o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e, após décadas de luta contra o sistema colonial, o partido alcança a independência do país em 1974. Atualmente o país faz parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLPP), das Nações Unidas e da União Africana, mas ainda não conseguiu se reerguer dos séculos de colonialismo português e dos inúmeros golpes políticos e guerras civis que enfrentou durante o início do século XXI.

Fonte:JBlog