13.9.10

Resumo: Casa Grande E Senzala

Por Ana Lucia Santana
Casa Grande & Senzala foi a obra que consagrou o sociólogo e escritor brasileiro Gilberto Freyre. Este ensaio, lançado em 1 de dezembro de 1993, aborda a formação e o desenvolvimento econômico-social do Nordeste durante a era colonial. O autor vê no cultivo da cana-de-açúcar, em meados do século XVI, um elementofundamental neste mecanismo.

O escritor recifense aponta a participação significativa da estrutura até mesmo arquitetônica da Casa Grande na constituição da sociedade brasileira e de suas determinações culturais. E destaca a importância da senzala como pólo complementar desta instituição colonial. Tudo gira em torno do patriarcalismo, modelo no qual uma autoridade masculina exercita seu poder sobre todos que se encontram sob seu domínio.

O patriarca detém o controle sobre escravos, familiares, os filhos e seus descendentes, sua cônjuge, entre outros elementos que se abrigam em sua propriedade agrária. A casa-grande atua como um símbolo que agrega a todos, pois manifesta o potencial de acolher os membros que compõem esta comunidade.

Gilberto rejeita a concepção de que o brasileiro, por sua prática constante da mestiçagem, seja inferior a outros povos. Ele reforça a idéia de que a miscigenação concretizada entre ibéricos, indígenas e africanos, contribuiu para a constituição cultural positiva do povo que se desenvolveu em terras brasileiras.

O sociólogo desenvolve neste livro sua tese, expondo o nascimento da sociedade brasileira do ponto de vista da rotina na casa do grande senhor. Esta edificação é um instrumento do autor para representar o próprio país no período colonial, fundado sobre a monocultura do açúcar. Nesta terra recém-descoberta a natureza inclemente é vista como uma barreira a ser vencida, antes de se lograr o desenvolvimento da civilização.

Tentando conquistar riqueza e fama, o colonizador europeu enfrenta a barbárie e, aos poucos, constrói um universo pretensamente civilizado. As famílias que se destacam neste país emergente, por seu poder e sua influência, instauram espaços pioneiros na esfera pública e assim fortalecem laços de soberania e autoridade, gerando teias interativas que se estendem por todas as partes. Desta união de interesses entre núcleos familiares poderosos nasce o Estado, quase como um fator secundário.

De 1532 em diante emergiu uma estrutura social baseada no modelo econômico da exportação, estimulada pelos membros da monarquia brasileira, fixada em um centro produtor, a Casa-Grande, igualmente instituída como núcleo sócio-político. Freyre também demonstra a preponderância do português sobre os indígenas, através dos jesuítas, que atuaram no sentido de dominar este povo por meio da doutrinação moral e espiritual. A eles não restaram muitas opções além de se submeterem a esta colonização da alma, a não ser o árduo labor nas lavouras ou a fuga constante pelas florestas.

Quanto ao escravo, ele tem um papel de destaque na composição da sociedade brasileira, segundo Freyre, agindo até mesmo na essência do povo brasileiro. Esta concepção, somada à visão do autor sobre a sexualidade do brasileiro, abordada explicitamente, impregna esta obra de um potencial subversivo sem igual, o qual requer ainda hoje uma investigação mais profunda, que revele todo seu potencial oculto.

Fontes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Casa-Grande_&_Senzala
http://pt.shvoong.com/humanities/h_history/778363-casa-grande-senzala/

Resumo

GILBERTO FREIRE - ?CASA GRANDE E SENZALA?? O Brasil é o inferno dos negros, o purgatório dos brancos e o paraíso das mulatas.?Contexto Histórico:· Década DE 20, 30: modernização, industrialização;· Queda da elite dos Senhores de Terras;· O africano faz parte dessa elite (da família patriarcal);· Não haveria família patriarcal sem escravos;· No Brasil existe racismo, mas não há apartaide (separação), porque não houve, no país, guerras sociais (entre brancos e negros);· Produz a obra em 1933, momento em que o Brasil discute a inclusão do negro na sociedade;· Pensamento social: ?O híbrido é a cruza do preto com o branco, o híbrido é fraco?;· Culturalmente, durante 3 séculos o Brasil comeu carne seca e farinha. Era uma alimentação fraca. O uso de outros tipos de alimento, foi trazido pelos africanos.Brasil ? ColôniaBASE DA EXPLORAÇÃOLATIFUNDIOTÉCNICA DE EXPLORAÇÃOESCRAVIDÃOADMINISTRAÇÃOFAMÍLIA ARISTOCRATA (PATRIARCAL)ASPECTO SOCIALHIBRIDISMOSobre Casa Grande & Senzala:· Gilberto Freire SE autodenomina escritor ensaísta;· Aproxima o leitor da experiência: traz o mundo da casa grande e da senzala para o leitor;· Vai muito além da documentação;· Casa Grande & Senzala é o 1º. Vol. de uma trilogia sobre a família patriarcal no Brasil. (2º: Soldados e Mucambos, 3º: Ordem e Progresso);· GF nasceu em 1900, em Pernambuco. Seu pai era professor. Estudou nos EUA;· Era um senhorzinho de engenho;· Sem a Senzala não há Casa Grande. Sem Casa Grande e Senzala, não há família patriarcal;· GF explica através da cultura, e não através da miscigenação racial, a história da formação do Brasil;· Para Freire, o híbrido é fraco pela má alimentação, não pela miscigenação, pois, de acordo com seu pensamento, os negros eram os mais fortes;· Gilberto Freire, assim como Varnhagen, defende a colonização. Para ele, a colonização é ?o estabelecimento de um sistema de produção de riqueza na selvageria?. A partir de uma sociedade agrária e mão-de-obra escrava.· Para GF, o híbrido não deveria acabar, como declaravam os naturalistas da época. Para ele, a família patriarcal é a base da sociedade brasileira.· Portugal navega para fazer comércio. É uma expansão marítima comercial, ou seja, Portugal não tinha intenção de explorar, colonizar;· A dominação se dá por causa da comercialização do pau-brasil· A colonização moderna é inventada pelos portugueses, onde o Estado doa terras para que o português a torne produtiva;· Havendo muita terra e pouca gente, cria-se o latifúndio. O escravo é necessário como técnica de produção da grande propriedade, administrada por um aristocrata de uma nobre família portuguesa;· É necessário a formação da família, pois desta forma, se dá a colonização. A miscibilidade portuguesa possibilitou que esses donos de terras desposassem índias. O núcleo familiar no Brasil é a voz da coroa lusitana na Colônia; FAMÍLIA PATRIARCAL LATIFÚNDIO ESCRAVIDÃO HÍBRIDO ARISTOCRACIA E IGREJAO Índio:O índio fracassou com a inchada, porém o africano potencializa o projeto, tal era sua eficiência;O africano introduz o costume de comer legumes, frutas e verduras, o português e o índio só comiam farinha e peixe;A senzala de Freire é africana, não ameríndia. O índio migra para o sertão, enquanto as fazendas patriarcais encontram-se do litoral de Pernambuco ao Rio de Janeiro (zona da cana-de-açúcar.);Religião e Catequese:Em Portugal, era costume usar mão-de-obra de presos homicidas ou ladrões. Uma dessas penas era chamada de galé. (os remadores de naus)Os criminosos religiosos eram trazidos para o Brasil.Por outro lado, vinham também os Jesuítas para catequizar os índios, onde recebiam a incumbência de controlar esses imigrantes criminosos;A Igreja passa a ser maleável, pois não dá conta de controlar estes criminosos religiosos, mas tenta proteger o índio destes desertores;O discurso religioso prega a disseminação do cristianismo entre o índio e o africano. Baseando-se no fato de que tenta amenizar a violência contra os escravos na fazenda;Igreja e Estado brigam todo o tempo. Porém o Estado apóia-se na Igreja para controlar a Colônia.A Questão do Apartaide:Há uma afetividade entre os negros e brancos por inúmeros motivos:A ama de leite é a escrava;Os filhos de escravos brincam com as crianças brancas;Os híbridos nascidos de escravas com o Senhor, em grande parte das vezes, recebe um pedaço de terra do pai, ou na partilha de sua herança. Com isto, este passa a cultivar e comercializar, inserindo-se na sociedade;O português já tinha uma cultura sociável com os negros: o português tem miscibilidade, maleabilidade e bicontinentalidade;A falta de orgulho da raça é uma característica do português, pois o país é resultado de uma inevitável mistura de raças, diferentemente de outros países da Europa. No séc. VIII, os muçulmanos invadem a Península Ibérica, e, apesar de expulsarem os árabes e os africanos politicamente, a população negra e muçulmana continua no país. Sendo assim, o português tem facilidade de se relacionar física, social e intelectualmente com o outro;É um povo que não é dotado de orgulho de raça, maleável quanto ao clima, pois Portugal, em certas épocas do ano, tem um clima quase tropical.

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