21.3.13

1984 - Marcha pelas eleições diretas


por: Ana Paula Amorim
Milhares de pessoas participaram da passeata, que começou na Candelária e terminou com um comício na Cinelândia, no Rio de Janeiro, a favor do restabelecimento das eleições diretas para a Presidência da República.

Falaram o Senador Saturnino Braga (PDT), Jorge Gama (PMDB), Luís Inácio da Silva (PT) e representantes de entidades sindicais e de movimentos populares. Os Partidos clandestinos - PCB, PC do B e o MR-8, cujas bandeiras tremularam na avenida, foram proibidos de falar pelo governo estadual. Essa determinação teve uma exceção: o ex-secretário-geral do PCB, Luís Carlos Prestes. A decisão foi tomada no Palácio Guanabara sob a alegação de "razões de Estado", pelos representantes do Governo, desagradando ao comitê Rio Pró-Diretas e aos Partidos que lutavam por sua legalização.

Luís Carlos Prestes falou a pedido dos participantes do comício, e em nome dos "comunistas revolucionários".


A passeata pró-diretas não deixou de lado o que há de mais característico no carioca: o bom humor. Grupos com camisetas, adereços de mão, faixas coloridas e palavras de ordem próprias.
O movimento Diretas Já foi um movimento civil de reivindicação por eleições diretas para o próximo presidente da república.


A importância do Movimento

A possibilidade de eleições diretas no país se concretizaria na aprovação da Proposta de Emenda Constitucional Dante de Oliveira pelo Congresso Nacional. A emenda das Diretas foi derrotada na Câmara dos Deputados em 26 de abril de 1984.

Mesmo com eleição indireta, poucos meses depois, Tancredo Neves, candidato do MDB, derrotaria Paulo Maluf (PDS), aliado dos militares.

O país ainda esperaria cinco anos até poder voltar às urnas, mas a derrota da emenda de Dante teve sabor de vitória.


Fonte: JBLOG