13.8.15

Revolta de Amador Bueno


Por Tiago Ferreira da Silva

Os portugueses nem sempre tiveram domínio pleno do território brasileiro na época da colonização. Entre os séculos XVII e XVIII, a União Ibérica (1580-1640), império comandado pela Espanha, controlou boa parte dos territórios brasileiros. Em 1640, Portugal conseguiu se libertar da dinastia espanhola e exigiu de volta o controle político e econômico de sua colônia.



Por suas relações comerciais – que envolviam o contrabando na região do Rio da Prata e a escravização dos índios – com os espanhóis, os moradores de São Paulo temiam que a corte portuguesa rompesse os lucrativos negócios do mercado negro e proibisse a contratação de mão-de-obra indígena.

Os portugueses não exploravam os índios como escravos porque se beneficiavam economicamente com a exportação de navios negreiros africanos. Com o domínio da coroa, os paulistanos seriam obrigados arecrutar apenas escravos negros para o serviço braçal, o que de certa forma aumentaria as despesas para os comerciantes paulistanos, já que eles não estavam envolvidos com os traficantes das costas marítimas.

Vendo a possibilidade de melhoria comercial dos vendedores ir por água abaixo, os paulistanos se rebelaram e decidiram formar um estado independente de Portugal que, de certa forma, continuaria servindo aos interesses dos espanhóis. Para liderar esse motim, os moradores escolheram Amador Bueno da Ribeira como rei da província, graças ao seu envolvimento com os bandeirantes e seu imenso poder aquisitivo na cidade.

Os jesuítas, que eram contra a escravização indígena defendida pelos bandeirantes paulistanos, entraram em conflito com os dissidentes da coroa e foram expulsos da Vila São Paulo.

Amador Bueno sabia que uma revolta contra os colonos portugueses só prejudicaria ainda mais as relações comerciais em São Paulo e suscitaria em uma violenta represália por parte de D. João IV. Então, ele recusou o pedido dos manifestantes de liderar um território independente e, em consequência, foi perseguido por uma grande multidão.

O fazendeiro se refugiou no Mosteiro São Bento, junto aos jesuítas, e jurou fidelidade ao rei D. João IV. Com o tempo, os paulistas acabaram aceitando a subordinação à Portugal.

Séculos depois, após a declaração da independência, D. Pedro Ilembraria a revolta dos paulistanos envolvendo Amador Bueno, citando o episódio como o primeiro indício da necessidade do Brasil de se libertar dos colonizadores.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_de_Amador_Bueno
http://www.historia.uff.br/artigos/monteiro_rochela.pd

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